Fascinante por não ser o que nem pretende ser

A Palavra de Deus se abre no tempo e vai conquistando gente, vai levando consigo muita gente, pessoas mil que se doam, se dão de carinho e vontade de servir, salvar, levar mais gente para o fim que tem de ser, no seu papel missionário. A Palavra de Deus se envolve no tempo e se alastra em corações, em emoções, em vidas e fadigas que se embotam em existências de muitos que se amam, ou que querem assim se amar. A Palavra de Deus é gigante em si mesma, conquistadora em si mesma, ambiciosa por si mesma, buscadora de mais espaços espirituais que o mundo tenha e possa lhe deixar favorável. A Palavra de Deus é contagiante, ela é amorosa e sedutora, faz de pequenos até os grandes que lhe apareçam arrogantes, faz de meninos e loucos os que se mostram intolerantes e metidos a adultos sábios, famintos de si mesmos. A Palavra de Deus é rica, viva, adoçante, provocante, tênue e avassaladora distinta maneira de ensaiar o amor, o tempo e o contra-tempo. A Palavra de Deus sabe o que é, o que faz, o que consegue, o que tem a oferecer, ela é um convite sincero e austero, uma palavra amiga e assumida de muito desvelo e esplendor.

Mistério, muito mistério sem misticismos entornados, há muito que não se sabe, muito que não se consegue entender, muito que é inexplicável, sem que se tenha de apelar para o sborenatural. A Bíblia é muito mais que tudo isto, ela é um fato memorável, inconformável, que a natureza divina proporcionou a todos nós. O mundo nunca seria o mesmo se ela não existisse, se ela não atuasse, se ela não fosse o que tem sido, até mesmo para os mais infames dos homens doentes por mentiras. A Bíblia faz seu papel como ninguém, com nada, como mais do que se propõe a ser e fazer para a humanidade. A Palavra de Deus fascina por não ser o que não é, por não agir como não age, por não oferecer o que não oferece. Não engana, não precisa disto ou de dogmas, não precisa de nada que a proteja, nada que a promova; ela não precisa de nada desta coisas inventadas para fazer dela o que não é, e nem pretende ser.

27 de Novembro de 2010 - Pr.Jônatas David