investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
PERSEGUIÇÕES...O VERDADEIRO CRISTIANISMO...OS VERDADEIROS PERSEGUIDORES...a falsa fé cristã...estatísticas...PERSEGUIÇÕES NA HISTÓRIA...Abraão mais bênção a outras naçõesTão ungidos quanto CiroNão conhecem o Deus do NTVerdadeiros hebreus é a Igrejaao cristianismo...pelos reformadores...pelo capitalismo...na Europa...o caso Hitler em particular...nas Américas...a repulsa mundial aos EUA...inclue presidentes americanos...mentem, manipulam e usam a religião...os movimentos evangelicalistas...separatismos no sec.XIX...fundamentalismos no sec XX...no Brasil...no sec. XX...nos temp de Getulio Vargas...nos tempos da Ditadura Militar...representantes nacionais...na política...inclui Ernesto Geisel...líderes de igrejas...no judiciário...no entretenimento...associação incondicional com o fascismo...incentivo ao ódio e violência ...desprezo ao pobre e suas necessidades...desprezo ao trabalhador e seus direitos...entrega das riquezas nacionais...notícias atuais...traficantes evangélicos ...bancada BBB bíblia bala boi ...facismo evangélico no Brasil ...ganância pelo poder... linklíderes religiosos violentos... linkgolpe evangélico na Bolívia ...CONSIDERAÇÕES FINAIS...vida eterna já...pra si consigo...pra si com outros...para outros...perseguição...cultura apocaliptica...reperseguição
INTRODUÇÃO AO TEMA
A perseguição ao cristianismo tem sido um tema recorrente ao longo dos séculos. Este livro se propõe a explorar, de forma crítica e reflexiva, as razões pelas quais os cristãos muitas vezes se tornam vítimas de perseguições. A análise parte de um ponto fundamental: o distanciamento das práticas cristãs em relação aos ensinamentos de Jesus. Ao contrário do que o Mestre pregava – o amor ao próximo, o perdão e a humildade – grande parte da liderança cristã tem promovido atitudes de rebeldia e intolerância, criando, assim, um ciclo de perseguições auto impostas. Este é um convite a compreender como o cristianismo se tornou seu próprio inimigo.
A IGREJA E SEUS ADVERSÁRIOS INTERNOS
Dentro da própria igreja, o crescimento do joio junto ao trigo, como descrito por Jesus, tem permitido que adversários internos floresçam. Líderes e seguidores que, como Judas Iscariotes, tentam forçar situações e moldar o cristianismo segundo suas próprias lógicas, acabam por trair os princípios de Jesus. A permissividade para com esses comportamentos, ao longo da história, resultou em crises, enfraquecimento moral e perseguições internas. Esses adversários, presentes dentro das fileiras cristãs, são muitas vezes os maiores responsáveis pela desestruturação e pela subsequente perseguição ao cristianismo.
O FENÔMENO DA AUTO-PERSEGUIÇÃO CRISTÃ
A autoperseguição cristã é um fenômeno constante na história da Igreja. Este livro se debruça sobre como as atitudes de auto sabotagem – a busca por poder, a intolerância e a manipulação da fé – têm gerado perseguições, tanto internas quanto externas. Ao deixarem de seguir os ensinamentos de Cristo, e passarem a agir por suas próprias forças e estratégias, os cristãos acabam por atrair para si mesmos os inimigos mais temidos. Assim, o cristianismo tem perpetuado uma forma de perseguição que, muitas vezes, é gerada pelas próprias ações e escolhas daqueles que deveriam ser seus maiores defensores.
A DIFERENÇA ENTRE IGREJA E CRISTIANISMO
Para compreender a complexidade do cristianismo ao longo da história, é fundamental diferenciar entre Igreja e Cristianismo. A Igreja, em sua forma institucional, é composta por uma mistura de pessoas salvas e não salvas, trigo e joio, como ensinado por Jesus. Já o Cristianismo, como religião, está enraizado em valores e crenças que devem refletir o Evangelho do Reino. Contudo, a realidade material da Igreja muitas vezes distorce essa essência espiritual, gerando uma versão institucional que, em sua maioria, se afasta dos ensinamentos genuínos de Cristo. Assim, a distinção entre o Cristianismo institucional e o Cristianismo em essência é crucial para uma análise honesta e profunda.
A HERESIA DENTRO DA IGREJA
Uma das principais considerações que emergem é o grau de heresia presente nas práticas e crenças do cristianismo institucional. Estima-se que mais de 95% das pessoas que se dizem cristãs não possuem uma verdadeira compreensão da fé cristã, resultando em um afastamento significativo dos ensinamentos bíblicos. Isso ocorre pela ausência da iluminação do Espírito Santo, levando à adoção de crenças que misturam a verdade bíblica com superstições, interpretações errôneas e práticas não cristãs. A falta de discernimento espiritual torna o cristianismo formal amplamente herético, o que tem contribuído para a crise de identidade dentro da Igreja.
A INFLUÊNCIA DE FONTES EXTERNAS NA FÉ
Outro aspecto importante a ser considerado é a influência de fontes externas à Bíblia dentro da prática cristã. Muitos cristãos institucionalizados, sem a orientação do Espírito Santo, acabam confiando em textos apócrifos, escritos de fundadores e até mesmo em sonhos, visões e revelações pessoais. Embora a Bíblia seja a única autoridade legítima para a vida e a fé cristã, a inclusão dessas fontes tem desviado a compreensão e a prática do verdadeiro Evangelho. Isso tem contribuído para o crescimento de um cristianismo distorcido e desconectado de suas raízes originais.
O TESTEMUNHO CONTRADITÓRIO DOS CRISTÃOS
A falta de clareza doutrinária e espiritual dentro da Igreja também se reflete em seu testemunho diante do mundo. Os cristãos, muitas vezes, não vivem de acordo com os ensinamentos de Jesus, como dar a outra face, amar os inimigos e ser obedientes às autoridades. Ao invés disso, muitos adotam atitudes de rebeldia, intolerância e prepotência, provocando perseguições e conflitos que poderiam ser evitados. Esses comportamentos, longe de serem demonstrações de fé verdadeira, revelam um cristianismo que não é guiado pelos princípios bíblicos, mas por interesses pessoais e políticos.
A AUTO-PERSEGUIÇÃO COMO FENÔMENO HISTÓRICO
Essa série de desvios e distorções culmina no fenômeno da auto-perseguição, onde a própria Igreja, por suas práticas e doutrinas equivocadas, se torna responsável por seus próprios infortúnios. A auto-sabotagem cristã, presente em sua história, tem sido uma constante ao longo dos séculos. A aceitação do joio em meio ao trigo, a promoção de líderes corruptos e a deturpação do Evangelho criam, dentro da Igreja, seus maiores inimigos. Assim, o cristianismo se vê perseguido, não apenas por forças externas, mas também por suas próprias ações e omissões, refletindo uma crise interna de identidade e propósito.
BIBLIOGRAFIA
- Cristianismo Puro e Simples – C.S. Lewis (1952)
- A Igreja Institucional e o Evangelho – Francis Schaeffer (1970)
- O Problema do Sofrimento – C.S. Lewis (1940)
- A Cidade de Deus – Santo Agostinho (426 d.C.)
- História das Doutrinas Cristãs – Louis Berkhof (1937)
- Os Mártires do Cristianismo – John Foxe (1563)
- A Heresia nas Igrejas – William Barclay (1957)
- O Evangelho Maltrapilho – Brennan Manning (1990)
- Jesus e os Evangelhos – Craig L. Blomberg (1997)
- A Instituição da Religião Cristã – João Calvino (1536)
1. A ORIGEM DA AUTO-PERSEGUIÇÃO
A auto-perseguição no cristianismo tem suas raízes na própria natureza humana. Desde Adão e Eva, o ser humano tem a tendência de projetar suas falhas nos outros, fugindo da responsabilidade por suas ações. Esse comportamento persiste dentro da Igreja. Quando Jesus repreendeu Pedro e o chamou de Satanás (Mateus 16:23), Ele estava identificando a tentação que vinha de dentro do próprio Pedro, não de uma força externa. Assim, a Igreja, ao longo da história, tem produzido inimigos internos ao desviar-se do verdadeiro Evangelho, permitindo que líderes com vaidades e interesses egoístas provoquem o mundo e destruam sua própria credibilidade.
2. A INFLUÊNCIA DE LIDERANÇAS HERÉTICAS
No decorrer da história, líderes que representam o joio dentro do cristianismo institucional têm contribuído para a auto-perseguição. Um exemplo histórico claro é a Inquisição, onde a Igreja Católica se desviou completamente dos ensinamentos de Jesus de amor, paz e compaixão. Em vez de acolher e ensinar, líderes da Igreja permitiram perseguições brutais, justificando seus atos como defesa da fé. Essa alienação das necessidades humanas básicas, como a liberdade de pensamento e dignidade, ainda é vista em lideranças contemporâneas que, ao defenderem dogmas fundamentalistas, promovem mais divisões do que união, contrariamente à mensagem de Cristo.
3. A ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS NECESSIDADES HUMANAS
Jesus, em seu ministério, demonstrou claramente uma preocupação com as necessidades dos marginalizados e oprimidos. Ele curou, alimentou e ensinou com compaixão, sem exigir em troca adesão a uma instituição formal. No entanto, muitos líderes cristãos alienaram-se desse modelo, focando em dogmas e estruturas institucionais, deixando de lado as necessidades reais das populações. Esse desvio de foco tem condenado o cristianismo a uma irrelevância crescente, pois as pessoas veem uma Igreja preocupada mais consigo mesma do que com a justiça, a paz e a compaixão que Jesus pregou.
4. O FUNDAMENTALISMO COMO INIMIGO INTERNO
O fundamentalismo cristão é um exemplo clássico de como a própria religião pode se transformar em perseguidora de si mesma. Ao insistir em interpretações literais e rígidas da Bíblia, o fundamentalismo não apenas afasta os cristãos da realidade social, mas também provoca reações externas, gerando perseguições. Líderes que promovem agendas intolerantes e de exclusão, em nome de Jesus, criam uma atmosfera de conflito constante. Esses líderes confundem suas próprias vaidades e interesses com a defesa da fé, resultando em um cristianismo alienado e auto-destrutivo, que não reflete o verdadeiro Evangelho.
5. O IMPACTO DAS LIDERANÇAS JOIO NA SOCIEDADE MODERNA
Na atualidade, muitos líderes cristãos ainda são responsáveis por promover perseguições internas e externas à fé cristã. Movimentos políticos e religiosos que se utilizam da fé para defender agendas contrárias ao ensino de Jesus – como o ódio, a intolerância e o preconceito – geram uma reação de rejeição global. Isso pode ser observado em líderes que apoiam políticas excludentes e ações contrárias aos direitos humanos, justificando-as como defesa da Igreja. Essas atitudes condenam o cristianismo ao isolamento e à hostilidade externa, pois os valores promovidos estão distantes da mensagem central de Jesus sobre amor e inclusão (Mateus 22:39).
6. A CEGUEIRA FUNDAMENTALISTA DENTRO DA IGREJA
Essa cegueira fundamentalista não só provoca o mundo contra o cristianismo, como também gera perseguição interna dentro da própria Igreja. Há aqueles que, em nome de um zelo doentio, perseguem os cristãos que tentam viver o Evangelho autêntico, pregado por Jesus. A verdadeira Igreja, que busca ser fiel à mensagem de Cristo, é muitas vezes marginalizada por esses grupos que distorcem o cristianismo, tornando-se seus piores inimigos. Jesus advertiu que "um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir" (Mateus 12:25), e isso se aplica à atual fragmentação causada por essas lideranças heréticas.
7. O RETORNO ÀS RAÍZES DO EVANGELHO
A única solução para a auto-perseguição é um retorno genuíno aos ensinamentos de Jesus. O cristianismo precisa redescobrir sua essência, abandonando lideranças que promovem divisões e opressão, e focar no amor, compaixão e justiça, como exemplificado por Cristo. Isso requer uma Igreja que se preocupe com os pobres, os oprimidos e os marginalizados, em vez de com seus próprios interesses institucionais. Apenas assim a Igreja poderá evitar a auto-sabotagem e cumprir sua missão de ser luz e sal para o mundo (Mateus 5:13-14).
BIBLIOGRAFIA
- O Fim da Religião: A Superação do Cristianismo – Dietrich Bonhoeffer (1945)
- A Reforma Radical – George H. Williams (1962)
- Cristianismo e a Crise da Civilização – H. Richard Niebuhr (1946)
- A História da Igreja Cristã – Philip Schaff (1910)
- A Cidade de Deus – Santo Agostinho (426 d.C.)
- Heresias Cristãs – Harold O.J. Brown (1984)
- Cristianismo Subversivo – Brian Zahnd (2016)
- O Caminho do Discípulo Radical – John Stott (2010)
- O Cativeiro Babilônico da Igreja – Martinho Lutero (1520)
- A Fé Cristã – Alister McGrath (2002)
1. A IGREJA VISÍVEL E INVISÍVEL
Historicamente, o conceito de Igreja no cristianismo diverge entre uma "igreja visível," representada por instituições religiosas, e uma "igreja invisível," constituída pelos verdadeiros seguidores de Cristo. A Igreja invisível refere-se aos fiéis genuínos que, de fato, imitam o caráter de Jesus e buscam viver em obediência a Ele. No entanto, a Igreja visível, composta tanto por trigo quanto por joio, nem sempre reflete esse ideal. Como resultado, lideranças que representam o "joio" frequentemente promovem comportamentos que alienam o cristianismo das reais necessidades espirituais e sociais da humanidade. Jesus advertiu contra esses falsos líderes, dizendo: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus" (Mateus 7:21).
2. A IGREJA E AS NECESSIDADES DO MUNDO
Ao longo da história, muitas lideranças cristãs têm negligenciado o ensinamento de Jesus sobre amor ao próximo (Mateus 22:39). Em vez de atender às necessidades humanas, algumas instituições cristãs concentram-se em acúmulo de poder e riqueza. A opulência do Vaticano durante o período medieval é um exemplo notório, contrastando com a pobreza de grande parte da população europeia. Nos tempos modernos, líderes de megatemplos e suas pregações de prosperidade financeira continuam a desviar a Igreja das verdadeiras necessidades espirituais e sociais. Esse desvio torna o cristianismo institucionalizado um obstáculo à missão de promover paz e justiça.
3. O JOIO E O TRIGO NA HISTÓRIA
Na parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30), Jesus alerta sobre a presença do joio entre os fiéis, uma metáfora que se aplica a certas lideranças religiosas de todos os tempos. A Inquisição, por exemplo, é um caso em que a Igreja Católica perseguiu e matou pessoas em nome da fé, revelando um total descompasso com a mensagem de amor e compaixão de Cristo. Atualmente, alguns líderes cristãos continuam promovendo divisões ao adotar uma postura intolerante e condenatória, enquanto deveriam representar um Deus de amor. Esses líderes, cegos pelo poder e pela doutrina institucional, distorcem o cristianismo e provocam, muitas vezes, perseguição interna e externa à Igreja.
4. A NAÇÃO ESPIRITUAL DE JESUS CRISTO
A verdadeira Igreja de Cristo, segundo a Bíblia, é uma nação espiritual formada pelos “salvos de todos os tempos.” Como Paulo descreveu em Efésios 2:19, "já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus.” Essa identidade espiritual, no entanto, foi frequentemente distorcida por lideranças que associam a Igreja a instituições terrenas ou sistemas políticos. Isso se torna ainda mais evidente em situações onde cristãos promovem agendas políticas e nacionalistas, confundindo os interesses da nação celestial com os interesses do mundo secular, muitas vezes em total desarmonia com o amor incondicional que Jesus ensinou.
5. A AUTOPERSEGUIÇÃO NO CRISTIANISMO MODERNO
A "autoperseguição" refere-se à situação em que o próprio cristianismo, por meio de líderes joio, provoca reações negativas externas. Em alguns casos, líderes cristãos alienam a Igreja do mundo ao promoverem discursos de ódio ou rejeitarem mudanças sociais essenciais. Um exemplo atual é a postura de algumas lideranças que combatem os direitos humanos em nome de dogmas religiosos. Essas atitudes, que se afastam dos ensinamentos de Jesus sobre amor, justiça e compaixão, contribuem para a rejeição do cristianismo como relevante e necessário. Assim, a Igreja torna-se alvo de perseguição não apenas por sua fé, mas pelas distorções que carrega.
6. A FÉ TRANSFORMADORA E O CRISTIANISMO INSTITUCIONAL
A Igreja invisível, composta pelos seguidores verdadeiros de Jesus, busca uma fé transformadora e comprometida com a realidade humana. No entanto, o cristianismo institucionalizado muitas vezes perde esse foco, priorizando o crescimento numérico e a defesa de tradições doutrinárias ao invés de viver o Evangelho. Esses desvios resultam em um cristianismo alienado e rígido, que frequentemente condena e se afasta dos desafios atuais. Como disse Bonhoeffer: "A graça barata é a pregação do perdão sem exigência de arrependimento" (Discipulado, Dietrich Bonhoeffer, 1937).
7. UM RETORNO À IGREJA DE TODOS OS TEMPOS
Para reverter esse quadro de alienação, a Igreja precisa redescobrir sua identidade espiritual e adotar o compromisso com o Reino de Deus, como exemplificado por Jesus. Essa Igreja "de todos os tempos" é aquela que permanece fiel ao amor, à justiça e à misericórdia, sem se perder em dogmas humanos. Uma Igreja genuína deve abraçar os marginalizados, promover a paz e a inclusão e, assim, cumprir o chamado de ser "sal e luz" (Mateus 5:13-16) em um mundo que anseia por significado e compaixão.
BIBLIOGRAFIA
- Cristianismo Puro e Simples – C.S. Lewis (1952)
- O Discipulado – Dietrich Bonhoeffer (1937)
- A Igreja Emergente – Eddie Gibbs e Ryan Bolger (2005)
- A Cidade de Deus – Santo Agostinho (426 d.C.)
- Cristianismo Pagão? – Frank Viola (2002)
- A Cruz de Cristo – John Stott (1986)
- Igreja Centrada – Timothy Keller (2012)
- Jesus e o Império: O Reino de Deus e a Nova Desordem Mundial – Richard Horsley (2003)
- Heresias Cristãs – Harold O.J. Brown (1984)
- O Fim da Religião: A Superação do Cristianismo – Dietrich Bonhoeffer (1945)
1. AS VIRTUDES E O PARADOXO DA IGREJA
A Igreja do Senhor se destaca por suas virtudes de amor, compaixão e serviço ao próximo, com base nos ensinamentos de Jesus sobre dar a outra face, andar a segunda milha e amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 5:39-41). No entanto, essas virtudes, em muitos momentos, tornaram-se um desafio para a própria Igreja, pois a diferenciavam das organizações humanas comuns, ao exigir que fosse um reflexo de Cristo. Paradoxalmente, essas mesmas qualidades também a tornam vulnerável ao oportunismo e à manipulação de lideranças joio que, ao longo da história, desviaram-se do compromisso genuíno com Cristo, alienando o cristianismo das necessidades humanas.
2. A ALIENAÇÃO DA IGREJA INSTITUCIONALIZADA
Com a institucionalização da Igreja, muitos líderes concentraram-se em manter e expandir o poder, relegando os ensinamentos fundamentais de Jesus, que exaltavam a humildade e a solidariedade (Lucas 22:25-26). Durante a Idade Média, o cristianismo institucionalizado, ao invés de buscar justiça e igualdade, permitiu a exploração de nações e populações por meio de impostos abusivos e guerras, distanciando-se da compaixão que deveria manifestar. Atualmente, o fenômeno continua com a alienação de alguns setores da Igreja, que negligenciam os problemas sociais, promovendo uma fé que foca em prosperidade pessoal e status, em contradição com o chamado de Cristo.
3. LIDERANÇAS JOIO E O TESTEMUNHO DISTORCIDO
Lideranças “joio” surgem como aqueles que estão na Igreja, mas cujas ações se afastam dos princípios de Cristo, conforme Jesus advertiu na parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30). Nos últimos séculos, figuras proeminentes da Igreja defendiam posições contrárias aos direitos humanos básicos, alinhando-se com práticas opressivas e regimes tirânicos, como na Inquisição, e, mais recentemente, em alianças políticas que promovem discursos de ódio e exclusão. Essas lideranças prejudicam o testemunho da Igreja e afastam-na das necessidades reais de uma sociedade em busca de justiça e compaixão.
4. A IGREJA COMO CRECHE ESPIRITUAL
Uma característica da Igreja é acolher tanto os novos convertidos quanto aqueles que ainda não amadureceram na fé, funcionando como uma "creche espiritual" (1 Coríntios 3:1-3). No entanto, a inclusão indiscriminada de pessoas sem maturidade ou compromisso sério com o evangelho permite que práticas superficiais e egoístas se disseminem. Em vez de comprometer-se com o próximo, alguns membros tornam-se frequentadores passivos e individualistas, enfraquecendo o impacto social da Igreja e afastando-a das verdadeiras necessidades espirituais e sociais de um mundo em sofrimento.
5. O DESAFIO DA IGREJA NO MUNDO TENEBROSO
Ao ser uma "luz" em um mundo tenebroso (Mateus 5:14), a Igreja deveria manter um padrão de santidade e compromisso com a verdade. No entanto, ao longo da história, houve diversas instâncias em que lideranças cristãs preferiram manter status e alianças políticas ao invés de denunciar injustiças e corrupção. Durante o apartheid na África do Sul, por exemplo, partes da Igreja apoiaram a segregação racial, um grave desvio dos ensinamentos de Cristo sobre amor e igualdade. Este silêncio, e até conivência com injustiças, fez a Igreja parecer alienada e indiferente às necessidades da sociedade.
6. A IGREJA SOB OS PESOS DO PRÓPRIO JOIO
A presença do joio no corpo da Igreja foi prevista por Jesus, e Paulo recomendou que os falsos mestres fossem afastados da comunidade cristã (1 Coríntios 5:11). Porém, muitas lideranças optaram por manter esses elementos em suas congregações, resultando em conflitos internos e externos que desviaram o cristianismo de sua missão principal. Em tempos recentes, líderes envolvidos em escândalos de corrupção financeira e abusos têm manchado o nome da Igreja, e, muitas vezes, alienado a comunidade cristã da realidade das necessidades humanas. Essas situações provocam resistência externa e desconfiança da sociedade em relação à Igreja.
7. A IGREJA COMO NAÇÃO ESPIRITUAL E O CHAMADO AO COMPROMISSO
A Igreja do Senhor, ao longo dos séculos, sempre foi chamada a ser uma nação espiritual, composta por aqueles que buscam viver o amor, a justiça e a verdade de Cristo. No entanto, o afastamento de alguns líderes dos ensinamentos de Jesus resultou em uma alienação visível. Como escreveu C.S. Lewis, “O cristianismo, se falso, é de nenhuma importância, e se verdadeiro, de infinita importância. A única coisa que ele não pode ser é de moderada importância” (Cristianismo Puro e Simples, 1952). Para que a Igreja retome seu papel, é necessário que ela se comprometa com uma fé verdadeira e transformadora, retornando às bases ensinadas por Jesus.
BIBLIOGRAFIA
- Cristianismo Puro e Simples – C.S. Lewis (1952)
- O Discipulado – Dietrich Bonhoeffer (1937)
- Igreja e Império: O Reino de Deus e a Nova Desordem Mundial – Richard Horsley (2003)
- A Cruz de Cristo – John Stott (1986)
- História da Igreja Cristã – Justo L. González (1984)
- Jesus e a Vida no Império – N.T. Wright (1999)
- O Fim da Religião: A Superação do Cristianismo – Dietrich Bonhoeffer (1945)
- Heresias Cristãs – Harold O.J. Brown (1984)
- A Essência do Cristianismo – Adolf von Harnack (1900)
- Cristianismo Pagão? – Frank Viola (2002)
1. IGREJA DESDE A ETERNIDADE: OS SALVOS DE TODOS OS TEMPOS
Desde os tempos de Adão, a Igreja de Cristo consiste em todos aqueles salvos pela graça divina, incluindo os que viveram antes de Jesus. Essa perspectiva bíblica reflete o ensino em Hebreus 11 e a declaração de Jesus de que ninguém vai ao Pai a não ser por Ele (João 14:6). A promessa da salvação sempre foi acessível a quem, pela fé, buscasse a Deus. No entanto, a alienação promovida por algumas lideranças “joio” no cristianismo institucionalizado fez com que a Igreja, ao longo dos tempos, se distanciasse do genuíno amor e compaixão que deveria refletir, afastando-se das necessidades do mundo.
2. REVELAÇÃO PROGRESSIVA E SACRIFÍCIOS IMPERFEITOS
A revelação de Deus foi progressiva, culminando em Cristo, mas a incompreensão dos rituais mosaicos demonstrou uma alienação do real propósito divino. Como ensinado em Romanos 8:28, Deus utilizou (permitiu) esses rituais como uma sombra do sacrifício de Cristo. No entanto, a insistência de alguns setores cristãos em práticas e tradições ritualísticas distanciou a Igreja do ensino original de Jesus, fazendo-a parecer irrelevante frente às necessidades práticas da sociedade. Esse foco em rituais, ao invés de justiça e amor ao próximo, é condenado por Cristo em Mateus 23:23, onde Ele critica os líderes religiosos por negligenciarem os princípios mais importantes da lei.
3. A PRESENÇA DO JOIO E A CORRUPÇÃO DA MISSÃO
A parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30) revela que nem todos na Igreja são genuínos discípulos. Na história, lideranças “joio” usaram o nome do cristianismo para interesses próprios, desviando a missão da Igreja e promovendo agendas de poder. Durante a Idade Média, líderes eclesiásticos utilizaram a religião para enriquecer-se e justificar guerras. Nos tempos atuais, a alienação da Igreja em relação à justiça social se reflete em alianças políticas que priorizam o poder, mesmo que essas associações contradigam os valores de Jesus, que, em Mateus 5:7-9, chama os Seus seguidores à misericórdia e à paz.
4. OS SALVOS FORA DE ISRAEL: UMA MISSÃO UNIVERSAL
O conceito de que salvos existiam em várias partes do mundo, como Melquisedeque e outros, confirma a abrangência do plano divino para toda a humanidade. Contudo, o cristianismo institucionalizado muitas vezes negligencia essa universalidade, focando em agendas exclusivistas. Esse tipo de postura promoveu uma alienação da missão de Jesus de reconciliar toda a humanidade com Deus. Como exemplo, vemos a Igreja Católica e muitas denominações protestantes aliando-se ao imperialismo europeu, explorando povos indígenas em nome da “conversão,” contrariando o exemplo de Jesus, que veio “buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19:10) sem coação.
5. O POVO ELEITO E A PROMISCUIDADE ESPIRITUAL
Israel (como poderia ter sido outro povo qualquer) foi escolhido para um plano específico, mas não foi poupado das críticas de Deus por sua infidelidade e promiscuidade espiritual. Essa mesma tendência de prepotência foi herdada por alguns setores do cristianismo que, ao invés de servirem, tentaram dominar e exercer controle. Líderes cristãos que promoveram a Inquisição e as Cruzadas, por exemplo, transformaram a fé em um instrumento de opressão, invertendo o ensino de Jesus em Mateus 20:28 sobre servir ao próximo. Tais atitudes resultaram em alienação e ressentimento em relação ao cristianismo, afastando-o das necessidades das pessoas.
6. A IGREJA ENTRE OS POVOS: TESTEMUNHO OU CONTRADIÇÃO?
Embora a Igreja seja composta pelos salvos de várias nações, sua expressão institucional muitas vezes falha em representar a diversidade e a inclusão, contribuindo para a alienação e a exclusão. Durante os séculos XIX e XX, a cristandade promoveu divisões raciais e práticas colonialistas, semeando alienação ao invés de compaixão. O exemplo de Cristo com o samaritano (João 4:7-9) e a sua mensagem de inclusão foram ofuscados por lideranças que, ao buscar poder, transformaram a Igreja em um reflexo dos interesses políticos, ao invés de um refúgio de amor e igualdade.
7. IGREJA UNIVERSAL, ALIENAÇÃO E O DESAFIO DA RELEVÂNCIA
A Igreja de Cristo deveria ser universal e inclusiva, baseada na graça que alcança todos os povos e culturas. No entanto, a alienação promovida por lideranças que buscam conforto institucional e poder secular enfraquece sua missão de ser a luz do mundo (Mateus 5:14). Hoje, com o foco em temas que pouco atendem às necessidades do próximo, a Igreja perde relevância. A Bíblia nos chama a ser “sal da terra” (Mateus 5:13), e para isso é necessário que o cristianismo retorne à simplicidade e ao serviço, resgatando os valores ensinados por Jesus.
BIBLIOGRAFIA
- Cristianismo Puro e Simples – C.S. Lewis (1952)
- O Discipulado – Dietrich Bonhoeffer (1937)
- O Escândalo do Comportamento Evangélico – Ronald J. Sider (2005)
- A Cruz de Cristo – John Stott (1986)
- História da Igreja Cristã – Justo L. González (1984)
- Igreja e Império: O Reino de Deus e a Nova Desordem Mundial – Richard Horsley (2003)
- Os Cristãos e a Política – J. I. Packer (1994)
- O Fim da Religião: A Superação do Cristianismo – Dietrich Bonhoeffer (1945)
- Os Perigos de Ser Cristão – John Allen (2006)
- A Essência do Cristianismo – Adolf von Harnack (1900)
1. UMA IGREJA QUE DEVERIA REFLETIR JESUS CRISTO
A Igreja, formada por todos os salvos a partir de Jesus, deveria ser o reflexo de Seu caráter, ensinos e práticas. No entanto, ao longo da história, lideranças corruptas (o "joio") deturparam essa missão, usando o cristianismo para obter poder e influência. Em João 13:35, Jesus afirmou que Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor mútuo, mas muitas vezes a Igreja institucional foi marcada pela exploração e opressão, alienando-se das necessidades das populações mais vulneráveis.
2. O IMPACTO DAS CRUZADAS E A DISTORÇÃO DA MISSÃO
As Cruzadas, justificadas como guerras santas, foram um marco na alienação da Igreja em relação aos ensinamentos de Jesus. Ao invés de promover a paz e o amor ao próximo (Mateus 5:9), as lideranças da época usaram o cristianismo como pretexto para conquistas políticas e econômicas. Essa alienação resultou em massacres, destruição de culturas e ressentimento duradouro entre religiões, contrastando com o ensino de Jesus de "amar os inimigos" (Mateus 5:44).
3. A INQUISIÇÃO E A SUPRESSÃO DA LIBERDADE
Durante a Inquisição, a Igreja institucionalizada perseguiu aqueles que divergiam de seus dogmas, muitas vezes sob o pretexto de proteger a fé. Essas ações contrariam os princípios de liberdade e compaixão ensinados por Jesus (Lucas 4:18), que veio libertar os oprimidos. Ao focar no controle e na coerção, a Igreja falhou em demonstrar o amor de Cristo, alienando-se das necessidades espirituais e sociais das pessoas.
4. O SILÊNCIO FRENTE ÀS INJUSTIÇAS MODERNAS
Na atualidade, muitas lideranças cristãs optam pelo silêncio ou pela conivência diante de questões sociais e ambientais. Esse comportamento alienado contrasta com o exemplo de Jesus, que se posicionava contra a hipocrisia e a exploração (Mateus 23:13-15). Temas como desigualdade social, mudanças climáticas e direitos humanos frequentemente são ignorados por setores do cristianismo institucional, comprometendo a relevância da Igreja.
5. A PROSPERIDADE MATERIAL ACIMA DO EVANGELHO
O evangelho da prosperidade, promovido por algumas lideranças contemporâneas, representa uma das maiores alienações do cristianismo. Focado em riqueza material, esse movimento ignora o chamado de Jesus à humildade e ao serviço (Marcos 10:45). Essa mensagem distorcida transforma o cristianismo em um meio de enriquecimento, alienando-o das reais necessidades espirituais e sociais do mundo.
6. A IGREJA E AS ALIANÇAS POLÍTICAS
Lideranças cristãs frequentemente se aliam a governos e partidos, buscando influência política à custa dos princípios bíblicos. Essas alianças resultam em alienação da verdadeira missão da Igreja: ser luz e sal na terra (Mateus 5:13-14). Em muitos casos, a busca por poder levou ao comprometimento de valores éticos, prejudicando o testemunho cristão.
7. O RESGATE DA MISSÃO ORIGINAL DA IGREJA
Apesar das falhas, a Igreja ainda tem a oportunidade de retornar ao modelo estabelecido por Jesus: servir, amar e lutar pela justiça. Como Paulo exortou em Romanos 12:2, é necessário que os cristãos não se conformem com os padrões do mundo, mas sejam transformados pela renovação da mente. Resgatar a missão original exige coragem para enfrentar as estruturas de poder e compromisso com as necessidades das populações mais vulneráveis.
BIBLIOGRAFIA
- O Escândalo do Comportamento Evangélico – Ronald J. Sider (2005)
- Cristianismo Puro e Simples – C.S. Lewis (1952)
- A Cruz de Cristo – John Stott (1986)
- Igreja e Império: O Reino de Deus e a Nova Desordem Mundial – Richard Horsley (2003)
- O Discipulado – Dietrich Bonhoeffer (1937)
- História da Igreja Cristã – Justo L. González (1984)
- Os Perigos de Ser Cristão – John Allen (2006)
- O Reino de Deus na História – Jürgen Moltmann (1967)
- Teologia da Libertação: Perspectivas – Gustavo Gutiérrez (1971)
- O Caminho do Peregrino – autor anônimo (século XIX).