Encantos que cantam minha alma, o espírito ardente que sabe bem me comover. A música é o feminino que embala, faz verso intenso da vida, dos momentos que marcam a existência. Há um poder mavioso, feiticeiro, hipnótico que atordoa para o bem, mesmo que leve para omal. Nela se encontram todas as notas suficientes que em combinações melodiosas contam o que nenhum voz seria capaz de entender, contar e se fazer entendida. No tocar de sua canção, há um misto de fantasia, querencia e conforto, uma miscigenação andróide, que eleva os mais baixo, aterrissa o mais alto e a todos dá um sentido real de verdade e sonho. A música é tudo isto que não se consegue explicar facilmente, mas que todos compreendem, todos sabem bem do que se trata, do que se diz, do que se quer expressar. Como língua universal, em qualquer idioma, qualquer um sabe o que ela canta, o que ela conta, o que espanta em quem compõe, em quem toca e canta, em quem ouve, e principalmente, em quem se deixa levar por seu tapete voador.
A música é feitura de Deus, só Ele poderia ter criado esta face celeste do bem. A sua perfeição é tão divina, que como o Criador, ela respeita e permite que o bem produza a beleza singela do bem, o mal reproduza a comédia fatídica do mal, e as pessoas, levadas por um ou outro, conduza seus versos e melodias para a grandeza ou a pobreza que seus corações se deixem envolvidos. Os toques mais agudos ou graves, mais simples ou mais complexos, são, em si mesmos, sempre, o toque da alma da música, esse prato cheio de necta, esse baú recheado de novidades, que mesmo depois de tantos anos, tantos séculos, ainda tem muito mais para oferecer ao sabor da humanidade. Isto tudo é a música, um jeito mavioso da voz divina falar, confortar, incomodar... condenar e salvar todos os homens, cada pessoa de per si.
17 de Novembro de 2010 - Pr.Jônatas David