A caça às bruxas que sempre se disse na vida e história da igreja, a caça distame ao que a santa inquisição se notabilizou, é o marco anti-herético que precisamos sempre relembrar para melhor atuar. A heresia provoca duas maneiras bem definidas e diferentes de contra-posição no seio da igreja cristã. A heresia que nunca se cala, sempre se manifesta de uma forma ou outra, de um jeito ou outro, em uma oração, pregação, convivência ou liturgia qualquer, não consegue calar aos que com ela se relaciona. Ao todo são três atitudes-resposta aos marcos que a heresia se irrompe. Uma, naturalmente, é a da permissividade, os que com ela comungam nos mais variados níveis de aceitação; estes são os adeptos ou os simpatizantes que assumem ou não, que encontram no mencionado, ou na lógica baseante, ou nos resultados aconchegantes, seus motivos para não terem a coragem de serem contrários.
As duas maneiras outras de reação, estas duas formas de se contrapor, estes dois jeitos de contrariar ensino e práticas, opostos entre si, antagônicos nos seus "operandi", se racionam a entender que fazem bem serem perseguidores, e a maneira como agem neste sentido. De um lado os violentos, outros, de outras formas, também, hereges; e a dúvida que suas certezas dão, os levam a não terem argumentos viáveis, então, partem para a forma dura de combater, até mesmo, manipulando a vida dos seus, para matar a vida dos outros. Do outro lado os mansos, os replicadores, que têm somente a pregação para condenar, o argumento para convencer, enquanto suas mãos correm a perdoar, a buscar, a mostrar condescendência, não ao que a heresia pensa, mas quem a heresia escraviza. Os primeiros estão sempre correndo no convencimento, ajudando a verdade que acreditam, impondo as práticas que contemplarizam. Os segundos são lentos, vagarosos, não precisam ser astutos, não acreditam que sua verdade necessita de ajuda, entendem que ela por si, sabe se defender, sabe plantar suas conquistas.
03 de Dezembro de 2010 - Pr.Jônatas David