O que há de turvo na música? O que há de invisível na expressão musical? O que leva tudo começar na música, tudo de bom e tudo de não bom? Que poder há nela para que, como trombeta na batalha, faça as massas irem à frente, ou voltarem atrás? O que há de mistério para que ela produza pessoas diferentes? O que há na ação de suas notas, para que crie seguidores ou resistências bem definidas? O que há na música?
Esta beleza poética, como magia entonteante, consegue, quando quer, esconder o que for de mais evidente aos olhos, o que for de mais esclarecido aos que vêem. Ela consegue mostrar o que não há, o que nunca existiu, o que não tem a mínima condição de ali estar. Esta beleza mística, consegue fazer o belo ser feio, o azul ser amarelo, o grande ser pequeno, a mentira ser verdade; ela tem algo de misterioso e confuso, que consegue enganar o mais sagaz dos homens, a mais sangrenta atenção em entretenimento de fé.
Há um mistério neste negócio, um poder oculto que ainda não se consegue entender. Há alguma coisa que se precisa descobrir antes que ela venha ser ou engolir tudo, para que tudo seja somente do jeito que ela bem entender que deva ser.
07 de Dezembro de 2010 - Pr.Jônatas David